segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

De Lenin a Churchill - Moscou, Rússia (8º dia)

   Dessa vez, andei com uns gringos. Um grupo bem interessante. Um chinês, com sua fantástica máquina fotográfica e uma garota da Servia, muito gente boa. Depois, se juntou um grego, fazendo um pouco o tipo de bonzão. Com esse grupo heterogêneo, andamos por Moscou. Acho que ninguém notou que éramos de fora... hahaha

Refeição no My-My
   De qualquer forma, o número de gente com cara de não ser de Moscou é enorme. Apesar disso, nos dias em que estive lá, só vi três negros. Como já comentei, os moscovistas se sentem invadidos. No Rio de Janeiro, já temos o hábito de receber gente de fora, seja pra morar, seja pra visitar. É uma diferença cultural.
   Bom, com o chinês e a sérvia, levei eles pra almoçar no restaurante My-My ( leia-se Mu-Mu. Tema: vaca ). Levei eles la. Se come bem.
GUM: shopping soviético
   Ela me contou que a Sérvia é um dos poucos países em que os cidadãos não precisam de um visto para ir a Rússia. Contou também que tinha medo dos sacerdotes ortodoxos quando era pequena (a roupa preta não facilita muito.. haha).
   Passamos novamente pela praça Vermelha e resolvemos dar uma longa parada no GUM. Este local era o antigo mercado onde o povo pegava os itens do dia a dia fornecido pelo governo. Hoje em dia é um shopping center com as lojas mais caras que se pode encontrar. Um lugar absolutamente agradável, mas talvez por causa dos preços, um pouco vazio.
Arbat ulitsa (rua Arbat): rua para a turistada
   Tirando fotos e brincando, fomos percorrendo o caminho em direção a rua mais turística de Moscou: a rua Arbat.
   Vi brasileiros pela primeira vez em pouco mais de uma semana. Eram dois caras da aeronáutica. Eram de Pernambuco. Um deles, mais falante, com a camisa da seleção e a nossa bandeira no gorro. Chamei eles. Matei a saudade de uma conversa em português. Atrás deles, vi o cartaz de uma apresentação de música da América.
Biblioteca Lenin - estatua de Dostoievski
   Foi nesse momento que se juntou o grego. Apesar dele dizer que tinha uma namorada russa, vi que queria ficar mais próximo a garota. Deixa ele jogar o charme dele. De fato, ela era muito divertida. O senso de humor dos ingleses parece ser ativado com cerveja e o dos russos com vodka, mas com ela, consegui brincar, como fazemos normalmente aqui. Acho que já estava com um pouco de saudades de casa.
Gueorgui Jukov: militar soviético, esmagando o nazismo
   Acabou que andei mais com o chinês a procura de souvenirs. Realmente tem itens para todos os gostos e preços. A grande marca que vende por aqui são as bonecas russas (com direito a uma com os presidentes da Russia, EUA e outros países da Europa e uma com mais de 30 bonecas uma dentro da outra) e os símbolos soviéticos (ainda fico tentando imaginar os velhos do partido vendo esse tipo de coisa...)
Vista panorâmica de Moscou
   O grego nos levou a um prédio que ele tinha conhecido por acaso com um elevador panorâmico. Subimos, tiramos fotos e descemos. Foi uma viagem rápida, mas muito legal.
   Nem tive tempo de ver mais nada. Vi de longe o maior McDonalds do mundo. A missão agora era outra: Correr, pegar a mochila, cair fora e ir pra estação. Ainda deu tempo do chinês me dar um guia de São Petersburgo. Foi realmente muito útil.
Estação de trem para São Petersburgo
   Cheguei na estação. Já tinha a manha do metrô, mas e agora??? Tudo em russo. Sem saber o q fazer, fui buscar ajuda. Segui o seta que dizia "Informações". Me deparei uma placa com papeis fixados. Fui pra administracao. "Fala inglês?", perguntei. "Pouco", disse ela. Realmente está provado. Quando eles dizem pouco querem praticamente nada. Ok. Passagem e passaporte na mão. Agora é olhar o letreiro e confiar.
A espera do horário do trem
   Com o trem já na estação, perguntei pra um funcionário sobre o vagão e ele me apontou. Vamos lá...
   No trem, cheguei na cabine. Eram dois beliches. Estavam dentro uma senhora e um cara mais novo, acho que filho dela. Ele fazia pose de sério e ela mandava ele me ajudar. Era um único gesto com a mão e uma palavra e lá estava ele me ajudando a levantar a cama debaixo pra guardar malas e achar a escadinha pra subir pra minha cama. Primeira viagem de trem. Estava todo atrapalhado. A ajuda foi essencial pra que eu me acomodasse logo. Falavam um be-a-bá em inglês. Praticamente zero.
Tanque da segunda guerra mundial
   Depois de acomodado, chega a quarta pessoa. Um homem que me pergunta se eu falava em inglês. Disse que sim. Ele me pergunta se quero um chá ou um café. Peço um chá. Tento falar um pouco mais com esse homem em inglês. O conhecimento dele parecia se limitar aquela pergunta. O filho já estava dormindo, digo roncando.
   Chá chega, desço da cama. O chá estava quente. Não consigo beber nada muito quente. Foi o tempo para uma conversa inusitada. Dois russos, que não falam quase nada em inglês, e um brasileiro, que não fala nada em russo. A mulher tentava me ensinar umas palavras em russo. Perguntou da onde eu era.
Igreja de São Basilio
O homem começa a explicar a ela algo sobre que podemos falar línguas latinas e talvez inglês, mas que línguas eslavas nunca. Aí, de repente, a mulher se vira pra mim e começa a falar rápido várias coisas em russo pra mim. Uma piada? um conto? uma canção de ninar? sei lá... Acho que ela queria verificar a tese. Ia nie ponimaio.... ( eu não entendo... ) Continuamos a conversa assim: ela me perguntava apontando uma palavra no meu dicionário e eu mostrava no dicionário a resposta. A necessidade é a mãe da invenção, como dizem... Foi uma experiência bem interessante... No final, a sensação de que preciso aprender esse idioma...
   Dormir um pouco. Cama era boa. Cheiro de cigarro. Difícil dormir. Passa mulher batendo nas portas. Hora de levantar. Chegada a São Peterburgo. Nem senti a viagem passar.
   Mas sobre São Petersburgo? Fica pro próximo post :-)

2 comentários:

Lara disse...

Oi,
Seu blog está muito legal...eu tenho uma dúvida em relação a mochilão: É fácil fazer amizades com pessoas dos outros países nos Hostels ?
Brigada!
Lara Carlos

Anônimo disse...

Seu blog é muito Show cara!
Sério,não consegui parar de ler um segundo se quer,me senti até em Moscou lendo esse seu post sobre a viagem,deve ter sido incrível,não!?
Já fui a alguns países do exterior,Canadá,Portugal,mas como estudo Russo meu sonho é conhecer Moscou ! Adorei cara seu post foi incrível! E Nem preciso dizer que arrazou colocando "YA SOSHLA S UMA" na música de fundo do vídeo né? rsrs
Obrigado por compartilhar ai suas viagens e que vc possa desfrutar de muitas que ainda virão!! Abç!
Heitor,

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