quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

De Lenin a Churchill - Vilnius, Lituânia (3º dia)

Catedral de Vilnius
   Depois daquela noite, mais o fuso horário, acabei acordando ao meio dia... :-(
   Como tava sem câmera fotográfica, fui a um shopping. Cheguei lá na base do inglês e dos gestos (quando o inglês não servia). O shopping se chamava Akropolis.
   Lá, almocei uma salada com suco de laranja e uma torta de chocolate de sobremesa, com vista ao ringue de patinação no gelo. Temos shoppings no Brasil que tem isso também, assim como cinemas, lojas (é claro), supermercado (em alguns), mas nesse, além de tudo isso, tinha também um casino...
Rei Mindaugas
   Agora sim, comprei a câmera. Chega de me virar com o celular. Só tive que pagar a vista... Não se parcela pra estrangeiro. Os funcionários me ajudaram a desempacotar tudo e colocar a câmera na bolsa. Tudo sob um olhar bem atento de uma segurança, que fez cara feia quando me despedi dela.

Teleférico para a torre Gediminas
   Na volta, pedi informação sobre qual ônibus tomar pra voltar pro Centro pra umas garotas. Elas iam pegar a mesma condução. Depois, pedi pra me ajudarem a saltar, iam no mesmo lugar. No ponto, elas deram meia parada, perguntaram se poderiam ir junto e saíram para me mostrar a cidade. Elas eram de outra cidade, chamada Jonava, mas conheciam os principais lugares. Gostei muito mesmo de Vilnius. Do tipo de lugar aonde eu moraria.
   Andamos a cidade toda. Quase tudo tinha o mesmo estilo medieval, até mesmo a rua com lojas de grife. A exceção de um único prédio.
   Por fim, tentamos subir na torre Gediminas. O teleférico estava fechado. A única opção seria dar a volta no morro. Pensei em deixar pro dia seguinte. Não ia abusar da compania delas.
Árvores de outono
   Vi pela primeira vez árvores sem folhas, das que desenhamos ou vemos em figuras quando se fala do outono. O que pra mim era uma novidade, era tão comum pra elas, que riam da minha cara de bobo. Sem problemas. Sempre ficamos assim quando vemos uma novidade. Foi assim na primeira vez que vi neve.

"cuidado um dinossauro está se aproximando!!!"
   De repente, passa um carro de polícia, sozinho, fechando o transito e, no megafone, dizendo algo em lituano. Perguntei pras meninas o que ele dizia e me responderam rindo: "cuidado um dinossauro está se aproximando !!!". Atrás, a uma certa distância, tinha um carro em forma de dragão ou dinossauro passando e, atrás do dinossauro, vinham os outros carros... ninguém soube me dizer o que era aquilo, nem no albergue. será um carnaval fora de época??? hahaha
   Vi um carro coberto de flores. Muitas mesmo. Perguntei se elas sabiam o que era aquilo. Me disseram que eram noivos. Deixar o carro daquele jeito era comum para casamentos. Não deixa de ser uma idéia romântica. Principalmente do ponto de vista feminino...
Igreja São Paraskeva - Símbolo de reconstrução

   Depois que elas foram embora, fui pedir informação sobre como voltar ao albergue a uma mulher na rua. Antes dela poder dizer algo, apareceu um cara. Parecia zangado. Começou a falar rápido em lituano, mas acho que entendi a palavra Brasil ou brasileiro, talvez pela bandeira costurada na mochila. No começo, achei que era um namorado ciumento. Depois passei a achar que ele era um tipo xenófobo. Era tudo muito perfeito pra não ter um louco.
Palácio Presidencial
Eu comecei a dizer que não entendia, em inglês. A mulher falou alguma coisa e ele foi embora tão rápido quanto tinha aparecido.  Estranho, talvez estivesse somente bêbado. Pensei em perguntar pra mulher sobre o que ele tinha dito tanto. Ela, que parecia nervosa, me deu a indicação que eu queria e caiu fora. Olhei pra trás e tive certeza de que não estavam juntos...

Garotos com embaixadinha com bolinha
   Depois disso, fiquei na praça aonde tinha tido a tal situação, vendo um grupo de garotos fazendo uma espécie de embaixadinha com uma bola, dessas que se usam pra apertar contra estresse, como se faz com petecas. Uns eram bem habilidosos... Tinham vários grupos brincando assim. Outros mostravam  sua prática com bicicletas e skates. Fiquei um bom tempo vendo eles, enquanto anoitecia e as luzes se acendiam.

Estátua de Gediminas - Fundador de Vilnius
   Mudei de lugar. Parei e sentei aos pés de uma estátua, que depois descobri ser do fundador de Vilnius. Um cara tocando violão fazia o som de fundo. Um tempo depois, surgiu um bêbado pedindo cigarro e citando Shakespeare. Aproveitei o gelo quebrado pela situação pra perguntar a um casal  que  estava lá o se poderia fazer a noite. A garota falava pouco inglês e o cara, irmão dela, absolutamente nada. No final, me vi só com ele me levando a entrada de uma discoteca, que me pareceu super cara. Ele se despediu e foi embora. Não quis entrar. Parti pra uma casa de crepe que tinha mais a frente, com um estilo super legal. Parecia um jardim de infância e a atendente, que também era a cozinheira, ficava em um balcão que era um carro antigo cortado. O crepe estava gostoso, mas o chá de casca de laranja adoçado com mel estava super forte, quase intragável pro meu paladar.
Naquela noite, decidi não sair. Só tinha um dia pra passear e não queria acordar de novo ao meio dia...

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